Voltar a trabalhar após a licença maternidade é sempre um desafio. A cabeça vai para o escritório, o coração fica onde está o bebê, as coisas parecem que não funcionam direito num primeiro momento. Com o tempo, tudo se encaixa.
Não se iluda se você acha que esse sentimento passa depois que os filhos crescem. Converse com qualquer mãe de filhos maiores, até mesmo adultos: a vida nunca mais volta a ser a mesma de antes deles.
Se por um lado isso talvez seja assustador, para a maioria das pessoas, por outro traz ótimas oportunidades. Basta saber aproveitá-las.
Trago abaixo uma breve lista com cinco verdades sobre voltar a trabalhar após a maternidade. Claro que não são verdades absolutas, mas certamente fazem sentido para a maioria de nós, mães.
1. Almoçar comida quente, usando as duas mãos, vai ganhar dimensões de manjar dos deuses mesmo que seja um simples PF
Essa vale especialmente para mães de bebês pequenos. Os quatro meses de licença maternidade nos dão habilidades incríveis, como fazer uma refeição completa com apenas uma mão e segurando um bebê com a outra. Quem tem crianças pequenas, até 5 anos, muito possivelmente não tem refeições calmas, silenciosas, onde é possível até mesmo pensar. Aproveite o horário de almoço para colocar a conversa em dia com os colegas, ler um pouco, fazer uma refeição inteira, com a comida quente, utilizando as duas mãos, de maneira bem, bem calma! Vai te renovar para enfrentar o jantar da família e o final de semana!
2. Sua cabeça não estará 100% no trabalho
Ou melhor, o seu 100% para o trabalho terá uma nova dimensão. Afinal, os filhos não estarão lá, mas a sua cabeça continuará neles. Será que se alimentaram bem? Saíram no horário para a escola? Talvez alguém tenha esquecido a lancheira. “Vou ligar só pra checar se tá tudo certo”. Isso tudo entre relatórios, textos, reuniões, decisões e toda a rotina do escritório. E está tudo bem. Você não deixará de ser uma excelente funcionária porque tem filhos. Ao contrário, exatamente por eles que você estará ainda melhor!
3. É possível continuar amamentando
Não é preciso desmamar um bebê porque sua licença maternidade acabou. Nem começar a introdução alimentar antes do tempo (as orientações mais atuais dizem 6 meses ou quando o bebê estiver sentando sozinho). Você pode manter a amamentação exclusiva pelo tempo necessário, e depois entrar com os alimentos – levando a amamentação como principal fonte até o primeiro ano de vida. Para isso, planeje-se: você precisará ordenhar seu leite para deixar para o bebê. Ele deve tomar o leite no copo (de vidro ou plástico transparente, no de bico rígido sem válvula) ou na colher dosadora. Evitar o uso de mamadeiras previne o desmame precoce por confusão de bicos. Faça uma consultoria de amamentação para tirar suas dúvidas, pesquise grupos e textos na internet. Há muita informação de qualidade para te ajudar.
4. Voltar para casa será ainda mais maravilhoso
Sim, sabemos que trabalhar com o que se gosta é incrível. Mas você já experimentou a sensação deliciosa de voltar para casa? Agora, adicione a esse momento reencontrar com seus pequenos, brincar, cuidar deles naquele tempo antes de dormir. É incrível! Verdade, também é cansativo. Mas é incrível!
5. Você verá que é possível, sim!
Calma, respire. Respire de novo. Concentre-se em você. Você é uma excelente profissional e uma mãe maravilhosa. Tudo vai dar certo. É possível voltar ao trabalho após a maternidade, ser realizada também na sua vida profissional. É muito gratificante ver que temos super poderes – e eles são ainda mais poderosos quando a empresa onde estamos oferece um bom apoio para a funcionária que é mãe.
Acredite, há vida profissional após a maternidade. Pode parecer confuso (e é), difícil (e é), mas não é impossível. Quando você começar a achar que é impossível, pare, respire, reflita e lembre-se o que te motiva todos os dias. Isso mesmo, seus filhos.
Se quiser conversar e trocar mais ideias sobre o incrível universo das mães que trabalham fora (porque sabemos que trabalhar em casa também é trabalho – e muito trabalho!), estou à disposição!
(Esse texto foi publicado originalmente na Revista Bússola do Empreendedor)